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“Aquela” Conversa

Nestes últimos anos, o mundo mudou muito. Apesar das mudanças, falar de sexo continua sendo um tabu para muitas pessoas, principalmente se pais e filhos forem os envolvidos na questão. O sexo na vida moderna é um dos maiores desafios para as famílias e escolas de hoje. O adolescente sem o suporte dos pais é isca fácil para a televisão e as revistas – além dos amigos, igualmente mal informados – que acabam sendo as principais referências dos jovens sobre o assunto. Como resultado disso: várias dúvidas apresentadas por eles.

A educação sexual é um processo informal que inicia em um momento íntimo e familiar, se desenvolvendo por toda a vida. Este processo sofre interferências da família, da mídia, dos costumes e, também, da escola. É necessário entender essa educação como uma intervenção sistemática que promova a reflexão sobre valores, postura, atitudes, preconceitos, vivência e informação.

 A sexualidade humana forma parte importante da personalidade de cada um. É uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida, segundo a Organização Mundial de Saúde . Sexualidade não é só sexo. Ela se desenvolve ao longo da vida. É marcada pela cultura, pelo afeto e pelo sentimento, expressando-se com singularidade em cada sujeito. Tem a ver com desejo, com uma busca de prazer inerente a todo ser humano. É uma forma de expressão, comunicação e afeto. Sendo expressa a todo momento, em cada gesto, atitude e comportamento.

Sexualidade é a energia que motiva encontrar o amor. Lya Luft, poetisa brasileira, diz: “a nós, adultos, cabe não desviar os olhos, mas trabalhar na esperança de que um dia nossos adolescentes conheçam o sexo com ternura”. Afinal, são essas as experiências que nos fazem amadurecer e nos enriquecem, preparando-nos para o encontro com o outro, para a intimidade e o vínculo afetivo.

Educar sexualmente não é apenas explicar o funcionamento dos órgãos reprodutores, mas preparar o adolescente para viver as suas emoções e os seus sentimentos por inteiro. A curiosidade sexual é natural, existe em todo adolescente, e deve ser tratado com igual naturalidade pelos pais, que devem ser os melhores condutores de informação.

A maneira como a família expressa e explica sobre a sexualidade é importante porque tem um efeito positivo sobre a responsabilidade sexual dos filhos. Não falar sobre o assunto, dá uma vantagem injusta ao sistema do mundo, que banaliza e vulgariza o sexo. Ouvir as preocupações e os sonhos dos filhos dá aos pais o direito de serem ouvidos. A maioria dos filhos não sabem o que seus pais pensam acerca das questões sexuais. Quanto mais um pai e uma mãe se expressam, mais proximidade terão de seus filhos, mais saberão sobre o que pensam e sentem.

Se algumas famílias se utilizam do discurso de que discutir questões sexuais apenas aumenta o interesse sexual, saibam que isso não tem base, nem fatos. Pelo contrário, a informação inexistente ou inadequada estimula a curiosidade e faz a garotada sair correndo para descobrir a “verdade” por si mesma.

Falar de sexo em família geralmente implica em quebrar a barreira do conservadorismo, pois ainda encontramos quem ache o assunto proibido, mas devemos ter coragem e insistir nesse ato de amor pelos adolescentes, tratando o assunto de forma natural, sincera, criativa e prática. Os jovens, com certeza, terão, no início, dificuldade em falar sobre namoro, carícias e outros temas. Cabe aos pais, então, mostrar que o assunto é importante tanto quanto outro qualquer.

Agora, lembrando que nossos filhos crescerão, cheios de vida, assediados por pessoas (e situações); que eles poderão (e deverão) ser pessoas amorosas e responsáveis,vamos procurar estar mais próximos também nesse assunto, tanto quanto tratamos do futebol, dos vizinhos, dos estudos e de tudo mais.

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